O narrador da Libbra Max DMN acompanhado pelas meninas do Team II Ana Luiza Vasconcelos, Tayane Monzatto, Helena Freire e Renata Teixeira.No basquete de rua, os narradores são os mestres de cerimônia e dão um show à parte. Cheios de estilo, animam a arquibancada, que responde à altura, na maior empolgação. Max DMN, o MC paulista, é um narrador estreante na Libbra, mas com sua performance irreverente, sem deixar passar nenhum lance, já conquistou a galera e se tornou marca registrada do evento. Para Max, o narrador tem que agitar a partida, criar desafios e engrandecer o que os jogadores fazem dentro da quadra. Ou seja, "fazer jogo pegar fogo, se não o Chicote estala".
O narrador Tonny Boss
Já Tonny Boss, o MC carioca, que não tem nada de "água de salsicha", diz que o narrador tem a responsabilidade de trazer para fora da quadra a emoção "dos Libbras". Junto com os Dj’s, os narradores agitam a galera com suas habilidades de jogador nos intervalos. Tonny é um dos Mc's que chama atenção da arquibancada com suas gírias estranhas. O público, que já aderiu ao seu modo de narrar, se diverte com a brincadeira trazida do basquete americano.Eles sabem o que fazem e o que dizem. Sem deixar por menos, os Dj’s Roger Flex, JL e Baurog, junto com os MC's, dão o ritmo perfeito à festa no improviso.Então galera, se liga, pra não FICAR NO VÁCUO!Todo sábado na Libbra o CHICOTE ESTALA com muita PONTE ÁREA pedindo Licença com a bola direto no CUADOR!Vai continuar de Fora?Tradução:Água de salsicha: Ruim; arremesso ruim;Ficar no vácuo: Tomar um drible e não achar nada;Chicote estalando: Bicho pegando fogo (gíria exportada de SP);Bola no cuador: Cesta!Confira os times classificados para a próxima etapa da Libbra:Libbra - Site oficialFotos: Fabiana Cruz.
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--- Em qua, 11/6/08, Mtton Cufabh
De: Mtton Cufabh
Entrevista com o Max, do DMN veja se serve alguma coisa ai .... Por Mano Vini Imagens: Divulgação e Ricardo Alexandre
Há anos na estrada, o grupo DMN, de São Paulo, vem somando muito a nossa cultura, tanto na música, quanto na militância do hip hop. Sempre levantando a bandeira do povo pobre e preto da periferia, os manos seguem firmão a sua caminhada, conquistando o respeito e a admiração do público em todo o país.. Ao todo já são quatro discos gravados, o último lançado em 2004, se chama “Essa é a cena”, no qual estão trabalhando atualmente. Aproveitando sua rápida passagem pelo Rio Grande do Sul, trocamos idéia com o Max (MC do grupo), que colou em São Léo no programa Cultura de Rua, na maior humildade e com um carisma que conquistou a rapa. Então confere aí:Dissonância – E aí, Max, satisfação te receber aqui em São Léo. Como está a correia do DMN e a formação atual do grupo?Max – Um salve a toda comunidade de São Leopoldo. É da hora estar aqui trocando essa idéia. Como sempre, o DMN está na ativa. Em 2004 lançamos o CD “Essa é a cena” e estamos trabalhando e tá bem legal. Em dezembro último, o LF saiu do grupo. Ele sempre será do DMN, mas estava com um projeto de morar nos EUA e está lá. Mas o dia que ele quiser voltar, as portas estarão sempre abertas. E a formação atual é eu (Max), DJ Slick, Eley e Markão, e agora se sair mais alguém o DMN tem que acabar! Aí chega, né, desde o Xis que saiu, eu entrei, o Markão entrou, o LF saiu... Mas se Deus quiser, essa formação vai proliferar bastante e logo mais vamos vem para tocar aqui na quebrada de vocês, vamos firmar essa parada.Mano Vini – Fale sobre o disco “Essa é a cena” e as participações especiais...Max – O CD tem várias participações, tem o Lino Crizz na música “Essa é cena”, o Sandrão na “Fim do Sonho”, e o Silveira, que participa num som muito loco que é o “Pra você preta”, que é um som a pampa que fala sobre amor, sobre respeitar a sua mulher, é para aquela hora que você quer ficar mais relax. É difícil falar sobre amor, porque às vezes a gente ta com tanta mágoa no coração, vendo tanta violência, que só consegue soltar aquelas partes nervosas que a gente tem, mas temos que mudar e botar mais sentimento nas letras de rap, é bem loco fazer isso. Tem outra música que é a “Talvez eu seja”, que fala sobre a paz, então dá para escrever sobre esse tipo de coisa mais positiva. O disco ta bem pra cima, mas sem esquecer da militância que é a nossa cara, nós partimos para cima mesmo.Mano Vini – E os shows, como é que ta rolando?Max – Show ta difícil, vou falar para você. Tudo é fase. Tá difícil para caramba tocar em São Paulo, por que hoje em dia ta muito capitalizado o hip hop, então as pessoas que contratam, contratam 5, 5 bandas para tocar como se fosse um festival, mas não é, e ainda cobram caro da rapaziada e pagam pouco para o artista. Então, os grupos de São Paulo deram uma diminuída de tocar assim, mas fora de São Paulo, em Campinas, Ribeirão Preto, São José, graças a Deus ta rolando bastante show.Mano Vini – Fale sobre o trabalho de militância no hip hop...Max – Lá em São Paulo a gente tem um problema com prefeitura. Aliás, acho que em todo o Brasil, quando a prefeitura do PT, tem bastante trabalho voltado para a comunidade, quando é de direita, fica complicado. Durante dois anos o Markão trabalhou no CONE, onde levava música para a periferia, samba, rap, reggae e até Axé, a pesar da gente não curtir o som, mas é uma música do preto da periferia, e o mais legal nesse trabalho era que iam artistas consagrados como Art Popular, Leci Brandão, Racionais MC´s, Natiroots, enfim, bandas de conceito. O Slick continua fazendo muito trabalho na periferia, ensinando a molecada a tocar, de graça mesmo, lá no bairro onde ele mora, e também oficinas em várias cidades do ABC paulista, através da prefeitura. Por que a militância deve ser feita, mas não adianta você ser um militante e na sua casa não ter nada, então, infelizmente, você tem que voltar para o lado do capitalismo neste momento, pelo menos o mínimo para você ir que é um transporte e uma alimentação, aí você consegue ajudar o próximo, mas não dá nada, logo o DMN vai estar estourado na grana, aí a gente ajuda sem precisar dessas (risos...).Dessa vez aqui no Sul, eu não vim com o trabalho de hip hop, eu trabalho numa empresa chamada Tento Brasil, eu sou instrutor, dou vários treinamentos e trabalho numa área bem legal, o que é até uma diferença, porque é difícil você ver um preto com um cargo legal, numa grande empresa. Não to me gabando, mas isso tem que ser ressaltado. Não é uma questão de inteligência, nem de cultura, é que a gente não tem acesso. Mas voltando ao trabalho militante do DMN, esse ano estivemos em Goiânia, Curitiba e Joinville, levando um trabalho comunitário. Na real, o Markão é o cara mais voltado para isso no grupo, sempre fazendo palestras nas escolas de São Paulo.Mano Vini – O quê você gosta de ouvir no rap nacional atualmente?Max – O DMN é bem crítico, eu acho que falta muita musicalidade no rap nacional. Poucos grupos estão com músicas bem feitas e o DMN também está aprendendo muito com isso. Então, a gente é bastante crítico com o rap nacional. Eu gosto muito de RZO, MV Bill, Racionais (esse último disco eu não gosto muito, está interpretativo, fazendo com que as pessoas da periferia escutem e acabem levando as coisas para outro lado), mas tem “Negro Drama” que, para mim, é a música do disco. Gosto de Negra Li e Helião, GoG, SP Funk (apesar de ter música como “Passar mal não vale”). Quando a música é boa, escuto e depois preto atenção na letra.
Max, no programa Cultura de Rua (Rádio Feitoria FM - 87.9)
Mano Vini – O quê você tu acha do D2?Max – Eu acho o D2 da hora, curto para caramba. Ele ta fazendo a dele, uma coisa que foi pára a mídia meio como um bundalelê, mas mano, ele ta fazendo rap do jeito que ele gosta. Não posso dizer que o DMN também vai sair em tudo quanto é lugar, de qualquer jeito, mas ele já tem essa proposta de fazer um som mais despojado, tem que levantar a bandeira e já é. Mano Vini – Hip Hop X Mídia. Qual a sua opinião?Max – O DMN está correndo atrás de um patamar acima. Acho que nossa música conseguiu passar toda a idéia para essa geração do rap. A gora a gente ta a fim de falar para todo mundo, expandir para outros públicos, abrir a mente, essa é a nossa idéia. Por isso, a gente participa do Rock Gol, da MTV, a gente vai lá para levantar a bandeira da periferia. Outro dia fomos a um programa que é bem veiculado em São Paulo, a gente quer mandar a idéia para tudo quanto é lugar, quanto mais pessoas ouvirem nossa mensagem, melhor. Eu tava trocando idéia com um parceiro aqui do Sul e ele me disse “A gente gosta de falar só para o nosso povo”. Tudo bem, mas seu povo não tem só aqui no Sul, seu povo tem no Norte/Nordeste também, então você tem que fazer o pessoal lá do Acre ouvir sua idéia, vai ser válido.. O GoG foi muito feliz quando disse que periferia é periferia em qualquer lugar. Então eu não posso fazer música só para minha periferia, eu tenho que fazer música para todas as periferias do Brasil. E aí não tem jeito, você tem que ir na mídia, irmão, tem que ir lá e dar uma de Robin Hood. Vai lá na dos caras, toca mais ou menos na linha do que eles tão querendo, na hora que conseguir dominar a parada, falar o que você quiser. Voltando a falar do D2, ele fez isso. Ele teve acesso à mídia e levou Helião e Negra Li para tocar. O Ira viu um espaço na Globo e levou o Motirô para cantar. A Leci Brandão levou o Rappin Hood. Assim que as bandas tiverem espaço na mídia, vão levar outras bandas e assim por diante. O Da Guedes logo, logo está levando o Revolução. A Ultramen pode levar outra banda, de repente o Lascado pode sair cantando. Mano, a fita é essa, temos que dominar a cena, demorô.Mano Vini – O quê tu não curte no hip hop?Max – Sabe aquele maluco que tem na sua quebrada, que cola em tudo quanto é lugar, sempre quer entrar de graça nas festas, fala que é ladrão, que ele é o pá, que com que não tem conversa. Lá em São Paulo, a gente fala que ele é mó “jão”, ta ligado? É o maluco que sempre vacila e, infelizmente, ta cheio de caras assim no hip hop. São pessoas que querem aparecer, que se aproveitam de certas situações e usam o nome do hip hop. O cara diz “Ah, ser ladrão é da hora”, fala na maior gíria, usa os panos da hora, mas é o seguinte, gíria até papagaio aprende. Como diz o Brown, então esse maluco é mó jão, é mó comédia, por que quem faz a cena de verdade, não precisa trocar idéia assim. Até fizemos a música jão que fala sobre isso.. A gente tem que sabem quem é quem no hip hop.Mano Vini – Tu é um cara experiente no rap. Qual o toque que tu pode dar pros grupos que estão começando agora?Max – Acho que os novos grupos tem que ter seu próprio estilo. O LF sempre falava só vai existir um único Racionais, um MV Bill, então você tem que fazer a sua. Às vezes você fica batendo na mesma tecla, escrevendo e cantando igual aos outros grupos, de repente você não vai conseguir que suas idéias venham a fluir naturalmente. . Outro toque é não faça o hip hop sendo só militante, vá para outros lados e escute tudo quanto é tipo de música. Nunca esqueça que o hip hop tem todas as suas falanges. Não é só o rap, tem o break, o grafite, o DJ. Levante a bandeira do hip hop para todos esses lados e faça sempre a união do movimento.Mano Vini – Valeu Max. Muito importante essas idéias que tu mandou. E suas considerações finais...Max – Um abraço a todo o pobre e preto aqui da periferia de São Leopoldo. Quem quiser contato com o DMN, pode acessar http://www.dmn4p.com/. Vai ser a maior satisfação responder esse contato pra vocês. Obrigado pelo espaço. DMN agradece de coração. Tamo junto, demorô!
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